Poemas e textos de uma bruxinha problemática

Escrito por Lorena Domingos

Publicado em: 24/07/2025

Como está?

Fiquei um bom tempo longe das postagens, estudando e trabalhando num projeto que posso acabar sendo a única a usar, mas estou feliz com o resultado.

Poema 1 – Em meio a guerras e injustiças

Em meio a guerras e injustiças,
Ouço o sussurro de corpos.

Corpos ignorados, jogados
Em meio a embates equivocados.

Onde nada é ouvido,
Embora dado como resolvido.

Direitos apagados, mal pagos.

Embora tivesse opção, escolhi dizer não.

Sou uma mulher —
Não de um mundo que me acolheu,
Mas de um mundo que acolhi.

Poema 2 – Uma guerreira buscando entender seu corpo

Uma guerreira buscando entender seu corpo,
Marcado pela luta interior.

Ela, espelho do seu horror diário.

Descobre que sua espada são suas palavras,
Embora nada afiadas.

Descobre que seu escudo é sua família,
Embora nada perfeita.

Assim como ela — ambos tentando melhorar.

Um caso ordinário,
Que encaro como vitória.

Poema 3 – Um relato de almas não falantes

Um relato de almas não falantes,
Que ainda caminham entre nós.

Ainda que ignoradas,
Não conseguem ignorar.

Sendo domesticadas pelo mundo,
Buscando paz como bons companheiros.

Estes que não precisam dar satisfação a ninguém,
Mas que merecem amor.

Nossos melhores amigos não se importam com quem você é,
Mas com como os amam —
Forma que pode ser entendida como respeito.

Poema 4 – À mercê da sociedade

(dedicado à Pomba Gira – Laroyê!)

À mercê de uma sociedade,
Ela vagueia por estradas.

Nunca pertencendo a nenhuma,
Mas todas pertencendo a ela.

Teve que provar seu valor,
Assegurar seu calor,
Mostrar-se forte perante a dor.

Renasceu incontáveis vezes
Para ensinar uma única coisa:

Você, mulher,
Tem valor.

Laroyê, Pomba Gira!

Poema 5 – Enquanto busco ser eu

Não sendo uma boa amiga,
Enquanto busco ser eu.

Essa que se perde na euforia do que é meu.

Nunca se equilibrando —
Nessa corda escorregadia de sentimentos.

Inadequados em todos os momentos,
Sem saber como receber,
Ou sequer como ser.

Custa mudar.

Mas continuo a falar,
Mesmo que não escutem.
E ousarei gritar.

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